terça-feira, 27 de dezembro de 2011

As Horas

É o tempo…
São as horas…
O contratempo…
As demoras…
O sofrimento…
O que passou…
O desalento…
Tudo aquilo que sou…
Não é nada que presta…
O que me resta…
As pessoas que o tempo levou…
Sinto-me cansado…
Viver é uma maldição…
“Porque teimas em correr”…
Meu detestável coração?
Pára de uma vez…
Já não te quero…
Chega de ser português…
Com epopeias de Homero…
São as horas, Amor…
É o tempo que me fere…
Há um desgosto, um dissabor…
É a Morte que me quer…
Vou continuar…
Vou lutar…
Mas é a Morte que me quer…


06/01/2011 Ricardo Alves

2 comentários:

Ana Ribeiro disse...

Já tenho saudades do filme com o mesmo título que este poema. O tempo...sempre o tempo que nos impede e nos deixa estas saudades.
Realmente, um poema remarcável sem dúvida.

Ricardo Alves disse...

De facto. grande parte da culpa é do tempo, sempre...
Mas temos de correr tão depressa quanto ele para ver se aproveitamos alguns momentos desta sempre tão curta vida :)
Quanto ao filme, vi-o há uns tempos no Hollywood, mas como já ia quase a meio não o pus a gravar....fiquei à espera de uma repetição...até hoje :(
Beijinho