domingo, 18 de dezembro de 2011

De cada vez que grito

De cada vez que grito “Meu Amor”
A minha cabeça simplesmente e somente atinge paredes.
Antes fossem colchões, almofadas ou redes,
Mas calha sempre uma superfície de maior dor.

Sempre que tento o que no fundo não passa de sorte
Denoto que não fui dotado da capacidade de amar.
Ou então fui demasiado dotado, sei lá, só que cansa tentar
Tanta vez para que no fundo só encontre a Morte

Do espírito, da alma, do pensamento.
Já lá vai, ó meus céus, o Tempo,
Em que tudo na vida era inocente.
Já lá vão os tempos em que era fácil ser gente!

Os melhores tempos de qualquer ser humano
São os ingénuos tempos de ser infante;
Não há nada que nesse tempo não encante,
Mas não há nada nesse tempo que revele o tirano

Mundo, tirano viver que é o nosso!
Saudades dos tempos em que era pequeno!
Saudades dos tempos em que tudo era sereno,
Tudo era ingenuamente alegre, a vida não era o tal poço

Que a pouco e pouco revelamos…
Pergunto e contesto como vamos,
Contesto a veracidade e necessidade do amor,
Essa vulgaridade inerente, capaz de curar ou causar tanta dor.

Ricardo Alves

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