Não há bacalhau nem couve
Não há perú nem frango assado,
E muita sorte houve
Do pão não ter faltado.
É assim o Natal de quem
Para nada tem dinheiro
Enconsta a cara no travesseiro
E reza para que alguém
Te traga mais um pouco
Do nada que tens!
É assim o Natal rouco
De quem não tem bens
É assim que passa a magia
Desta época festiva
É apenas mais um dia
De uma tragédia repetitiva.
Não há doces nem alegria,
Nem música nem luzes,
Nem há árvore que nos guia
Só a fome que reduzes
Nos pensamentos que trazes
De dias melhores.
E mesmo depois de tudo o que fazes
Os Natais só são piores.
Não há sorrisos nem prendas
Não há nada para festejar.
Há uma fome para matar,
Há uma família que remendas
Com os carinhos que dás…
Mas nada é suficiente,
Continuas carente
De um Natal cheio de paz.
25-12-2011 Ricardo Alves
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